Foi na Quinta das Lágrimas que no século XIV se viveram os amores proibidos do Príncipe Pedro por uma linda donzela galega chamada Inês de Castro. Conta a lenda que foi na Quinta das Lágrimas que Inês chorou pela última vez, ao ser trespassada pelos punhais dos três fidalgos aos quais o pai de Pedro, o Rei Afonso IV, ordenara a sua morte. O sangue que então derramou ainda hoje dá cor às pedras da fonte que nasceu das suas lágrimas.Estávamos em pleno século XIV, quando D. Pedro, Príncipe Herdeiro do Trono Português, e D.ª Inês de Castro, aia castelhana da Princesa consorte D. Constança, cederam à paixão que os unia.
Desafiando as regras e os preceitos sociais da altura, os dois amantes encontravam-se secretamente nos jardins da Quinta das Lágrimas e que continuariam a frequentar após a viuvez de Pedro.Esta relação, fortemente reprovada e condenada pelo povo e pela corte, teria um fim abrupto em 1355, quando por ordem do Rei D. Afonso IV, D. Inês é degolada.Conta a lenda que no local onde Inês foi morta, brotou uma fonte cujas águas têm origem nas suas lágrimas e o sangue do seu corpo mancharia para sempre as pedras da fonte. Ainda hoje, na Fonte das Lágrimas vê-se uma estranha mancha de algas avermelhadas na rocha.
Louco de dor, e após ter assumido a coroa do Rei no de Portugal em 1357, Pedro ordenou a prisão e a morte dos assassinos de Inês, arrancando-lhes ele mesmo o coração.Jurando que se havia casado secretamente com Inês de Castro, D. Pedro impôs o seu reconhecimento como rainha de Portugal, e mandou construir no Mosteiro Real de Alcobaça, dois magníficos túmulos, para que pudesse descansar para sempre ao lado da sua eterna amada.
Hoje em dia a Quinta das Lágrimas é um hotel de charme, cujas valências se aliam a este passado histórico e a uma lenda de amor que se perde no tempo. O palácio possui inúmeras salas e varandas que oferecem perfeitos retiros de leitura e conversa. A biblioteca, forrada a painéis de madeiras exóticas, possui milhares de livros antigos que contam a história de Portugal e da família que hoje, como no passado, recebe os hóspedes nesta casa feliz com lágrimas.